maria victoria abdalla

Nasci e cresci em São Paulo, no bairro do Morumbi. Estudo psicologia e fotografar me ajuda a entender o que é o meu corpo e onde ele está inserido. Com a fotografia vejo também como essa estrutura fálica que eu constantemente compro, constantemente entro no jogo, está presente em minha vida. Ela me faz ver a posição que ocupo além de ser uma ferramenta de estudo de psicanálise. Estou ainda descobrindo.

Os trabalhos escolhidos dizem respeito a autorretratos narrativos que venho fazendo desde 2018, na busca por entender dores que não conseguiria colocar aqui em palavras. Mas que buscam dar forma. Os autorretratos condensados são da série “Para Ana Mendieta” (2021) e dizem respeito a uma série de fotografias com vidro, que retratam minha falta de ar e forma. O autorretrato na cadeira chama-se “Nini” (2020), diz respeito ao abandono de uma fantasia que estruturei por muito tempo de minha vida. E o autorretrato da mulher com copo de vinho encarando a câmera chama-se “Valentina” (2019); diz respeito a estrutura familiar que estou enredada, de disputa fálica, luxúria e cegueira, que rodeia o pênis nos gestos mais sutis em frente ao espelho.