maria luiza

 

“você está morta”. Realmente algo que não estamos, assim que damos a luz, é morta. Mas morremos, morremos muito. Uma parte muito grande de nós é tirada de dentro de nossos corpos e essa ausência interna se transforma numa presença externa constante, uma ligação animalesca e brutal, que agora se alimenta de nosso sangue em forma de leite, de boa parte da nossa energia, e de nosso tempo. Eu morri para o que eu era, eu morri para as relações que eu tinha, muito de mim morreu mas muito de mim nasceu em meio ao parto, gritos, choro, sangue e sussurros. Eu sei, minha filha sabe, alguns sabem. você pode não ver, mas eu não estou morta.

Compartilho “você está morta”, um trabalho que finalizei no ano de 2021 e aborda a questão da violência intrafamiliar e da invisibilidade do trabalho materno, elaborado a partir de experiências vividas por mim depois do nascimento da minha filha.

Antes de acabar, quer falar mais um pouquinho? Trocar uma ideia? Estamos te ouvindo!

Compartilhei esse trabalho no meu instagram @mariameteora dentro do projeto “bordar o invisível”, financiado pela lei Aldir Blanc. O projeto também incluiu uma roda de conversa com mais três mulheres/mães/artistas e também uma roda de bordado online e coletiva, que foi muito bonita no sentido de compartilhar com outras mulheres nossas questões relacionadas principalmente à maternidade. Gostaria de oferecer essa dinâmica dentro do projeto, se por acaso fizer sentido pra vocês. Estou à disposição.

Você está morta

16×11 cm

série de 8 imagens.

bordado sobre impressão em jato de tinta

2021

Malu Teodoro, 1986

Nascida e criada em Porto Velho, Rondônia, Malu é mãe e artista multimeios.

Ao longo de sua trajetória pessoal/artística esteve por São Paulo, México, Pará e  Portugal. Hoje vive em Uberlândia, Minas.

Em sua pesquisa dedica-se à fotografia, vídeo, corpo, caderno, bordado, (…) educação,  maternidade e feminismos.