dayane ribeiro
Sou Dayane Ribeiro Santos, negra, candomblecista, bissexual, artista visual, performer, pesquisadora em trânsito com as dinâmicas corporais visando o aprimoramento do meu trabalho em processo de construção que deleita sobre aspectos ancestrais em foque na contribuição cultural, artística e literária do atlântico negro nas suas multiplicidades do corpo negro em diáspora. Na quebra das fronteiras, me deparo com a troca que possibilita a expansão do meu ser artísticoespiritual por trilhar segmentos da arte-ritual em alinhavamentos dos traumas ancestrais ocasionados pelo processo colonial que permeou e permeia esta terra banhada de sangue, nesta poética utilizo da metodologias performáticas para ir ao encontro do que a mestra Leda Maria Martins descreve “ transformar a dor em poesia” no reencontro das feminilidades que me compõe e que me compuseram, além dos outros corpxs possíveis. Nesta perspectiva nas minhas autofotográficas biográficas, denomino-as “Auto-poemas visuais” para recontar historias num tempo espiralar que faz-me “ser” encantarias e uma corpaperformáticapoética que trafega vida em meus feitos. A autofotografia me transporta para as múltiplas, únicas, infinitas reverberações que sempre me levam a nascente.


Pois assim, como Ponciá Vicêncio(Conceição Evaristo,2017), me guardei nas águas para não me perder jamais. “O quanto delas tem em mim” nasce desta poética da relação na busca ancestre em uma corpa imagética em contato com uma foto pintura da minha avó paterna que no consciente não a reencontro nas memórias por ter sido morta em frente a sua casa atropelada por um homem bêbado pela manhã quando tinha 2 meses de existência. No entanto, recordo na inconsciência pela memória corporal e afetiva dela em mim e das outras antes dela costurando a imagem fragmentada sobre o meu Orí (cabeça) restaurando as memorias do vazio em ocupações imagéticas do corpo na possibilidade da cura ancestral.
Amei essa iniciativa tão potente! Quando nos vemos com atenção nos curamos! Assim como Oxum: Osun, em hipótese alguma, pode ser considerada narcisista. Narciso é branco, europeu, apaixonado pela própria imagem. Não vê o outro. Autoadora-se! Osum, é africana, usa o espelho para olhar os outros as suas costas. No rio, Osun, guarda o mundo das mulheres, por isto é adorada. A dourada. Narciso morre em nome de si. Osun vive em nome das outras. Osun não é mito. Osun é estado líquido da Nigéria, é o nosso bosque, cuja capital é Osogbo. ( Akotirene, 2017). Vamos nos olhar para olhar a comunidade e assim buscarmos as chaves que nos desamarram dos traumas coloniais.
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